Fico sempre profundamente incomodada quando ouço que nós, professores/as, não somos como os/as restantes funcionários/as públicos.
Esta afirmação enferma, do meu ponto de vista, de um problema: é que nos restantes funcionários públicos existem profissões que requerem também regimes especiais pela forma como funcionam (pensemos na medicina, enfermagem, segurança pública, etc.).
A única coisa que todos os funcionários públicos partilham é a entidade patronal, ou seja, que paga pelo serviço prestado.
Dizer que não somos como os restantes funcionários públicos significa afinarmos pelo mesmo diapasão deste Executivo, que pretende tratar de forma igual o que é substancialmente diferente.
2 comentários:
Tem de haver regimes especiais, ou, como prefiro dizer, diferenciados. Uma coisa é o corpo administrativo, outra coisa é prestar serviços públicos em áreas muito específicas. Mas somos todos empregados do mesmo patrão, isso somos; cair na esparrela deste governo, que já dividiu e antagonizou público vs privado, e agora quer criar ódios e divisões dentro do público, isso é que não.
(hoje eu sou um bocadinho professora, tá? é que a escola pública é uma coisa que me diz muito, foi onde cresci e me fiz, e gostava de não a ver tão maltratada)
Nem mais, Izzie.
Hoje é um dia feliz e triste para mim. Ao longo de todos estes anos fiz greve sempre que achei ser justo. Tenho pena de não poder fazer nesta (sou professora) porque estou em licença de maternidade. Mas se estivesse ao serviço, não hesitaria em fazê-la. Primeiro por mim e pela classe docente (é uma tontice dizer que não é por nós), mas também porque estas medidas afetarão irremediavelmente a qualidade do ensino (já deplorável).
E tudo o que o Sr. Sócrates ontem disse no comentário dele enferma de um problema: o ensino piorou muito com muitas das medidas de que tanto se orgulha; só quem está nas escolas percebe a escalada de burocracia, de desrespeito, de trabalho para os números, que se implementou com os anos socráticos.
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