«Dentro do lar, a mulher não é escrava, deve ser acarinhada, amada e respeitada, porque a sua função de mãe, de educadora dos seus filhos, não é inferior à do homem. Nos países ou nos lugares onde a mulher casada concorre com o trabalho do homem (...), a instituição da família pela qual nos batemos como pedra fundamental de uma sociedade bem organizada ameaça ruína (...). Deixemos, portanto, o homem a lutar com a vida no exterior, na rua... e a mulher a defendê-la, (...) no interior da casa. (...) Não sei, afinal, qual dos dois terá o papel mais belo, mais alto, mais útil.»
O autor é António Oliveira Salazar, em entrevista datada de 1932, mas é cada vez mais usual ouvir uma linha de argumentação semelhante, hoje.
Importa lembrar que Salazar foi pai do regime em que as mulheres não eram indivíduos, eram pertença da família, ou melhor, pertença dos homens, o que lhes dava o direito de lhes violarem a correspondência ou requererem depósito judicial, caso as mulheres abandonassem o lar. Viajar? Só com autorização do marido. Tudo a bem da família, claro...
Sem comentários:
Enviar um comentário