quarta-feira, 21 de março de 2012

Um rosto para a poesia



A fechar o dia, uma das minhas poetas preferidas, Maria Teresa Horta. Porque nestas comemorações as mulheres poetas não são lembradas e ficamos todas (as outras) mais sozinhas. 

INCITAÇÃO À FALA
Não é mais o espesso silêncio
que se cala
É o poema

Curto, turvo
incompleto na pele da página

que me incita à fala.

1 comentário:

NYX(des)VELADA disse...

Woman Once a Bird,
permita-me dar continuidade à poesia da Maria Teresa Horta (Mulheres de Abril)‏ :
«Poema Às Mulheres Anónimas»

Lenta foi a esperança
até hoje ganha
nos teus olhos

incertos os caminhos
Os passos dados
descalços

O desenho dos gestos
que traças
no espaço à sua frente

Que História tens
(voraz)
no teu passado
mais do que a cama
o jarro?
e o fogão?

Perto do lume deténs-te
às vezes...
de subito esquecida
e a casa ganha corpo
à tua volta

A vida...
passa sem saberes
contigo dentro

E quando dizes: sempre
Ou sorris deitada

sabes bem que mentes
e preferes esquecer...

(a continuação de uma excelente semana! Atenciosamente, a Nyx.)