A fechar o dia, uma das minhas poetas preferidas, Maria Teresa Horta. Porque nestas comemorações as mulheres poetas não são lembradas e ficamos todas (as outras) mais sozinhas.
INCITAÇÃO À FALA
Não é mais o espesso silêncio
que se cala
É o poema
Curto, turvo
incompleto na pele da página
que me incita à fala.
1 comentário:
Woman Once a Bird,
permita-me dar continuidade à poesia da Maria Teresa Horta (Mulheres de Abril) :
«Poema Às Mulheres Anónimas»
Lenta foi a esperança
até hoje ganha
nos teus olhos
incertos os caminhos
Os passos dados
descalços
O desenho dos gestos
que traças
no espaço à sua frente
Que História tens
(voraz)
no teu passado
mais do que a cama
o jarro?
e o fogão?
Perto do lume deténs-te
às vezes...
de subito esquecida
e a casa ganha corpo
à tua volta
A vida...
passa sem saberes
contigo dentro
E quando dizes: sempre
Ou sorris deitada
sabes bem que mentes
e preferes esquecer...
(a continuação de uma excelente semana! Atenciosamente, a Nyx.)
Enviar um comentário