Qualquer professor/a que neste País (parto deste exemplo porque é o que conheço melhor) seja colocado em zona que não contemple a sua área de residência, tem que contar com o facto de ter que arranjar alojamento na área em que ficou colocado. Muitas das vezes, tal implica assegurar duas rendas: a da própria casa e a renda do alojamento perto do local de trabalho. Suponho que em outras profissões o mesmo se passe, principalmente desde que este princípio de a zona de residência do trabalhador não contar para quase nada. O regime de mobilidade e a necessidade de colocar comida na mesa assim obrigam.
Há cerca de uma semana, soubemos que seremos obrigados a ceder os nossos subsídios nos próximos 2 anos (período mínimo) em nome da quase bancarrota em que o País se encontra (dizem-nos que vivemos acima das nossas posses, nós os que ganhamos mais de 500 euros). Para não haver despedimentos, há que cortar na gordura - os funcionários públicos, nomeadamente aqueles que ganham mais de 500 euros por mês (progressivamente) e aqueles que ganham mais de 1000 euros por mês, que como toda a gente sabe, no primeiro caso é uma fortuna e no segundo roça o ordenado de um milionário. A justiça assim o exige, diz-nos o governo, constituído pelos partidos PSD e CDS, gente séria e preocupada.
Pois é exatamente esta gente séria que se atreve a atribuir aos da matilha subsídios de alojamento, que coitadinhos estão deslocados. E vai daí, toma lá 1400 euros mensais, que esta coisa de arrendar casa está pela hora da morte e o teu vencimento justifica este pequeno presente no sapatinho (mensal, que o Natal é sempre que um membro do executivo quiser). E não interessa nada que até tenhas segunda casa na zona.
E aqui fica, para memória futura, os carenciados que se fazem pagar pelos contribuintes portugueses - aqueles que perderam qualquer margem de manobra em nome de uma austeridade que a estes não bate à porta de certeza (todos pertencentes ao executivo que nos diz que somos milionários com 1000 euros mês):
Miguel Macedo
Aguiar Branco
Juvenal Peneda
Paulo Júlio
Cecília Meireles
Daniel Campelo
Marco António Costa
Vânia Barros
Com gente séria desta, só mesmo à lei da bala.
1 comentário:
Olá, Woman…
Permita-me, em tom de sarcasmo, adicionar o auto-intitulado remediador do "nosso" Portugal: Álvaro Santos Pereira..
Atenciosamente, Nyx.
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