Ao ler esta notícia, lembro-me do que sempre aprendemos sobre as mulheres: que são frágeis, que são emocionais, que não são feitas para trabalhos deste género. Coitadinhas. E se já antes conhecemos mulheres que atestam que esta condescendência é falaciosa (lembram-se da polémica da entrada das mulheres nas forças armadas?), temos agora esta mulher, de 20 anos, a assumir um cargo que todos/as sabem ser perigoso. Torçamos por ela e não esqueçamos o seu nome e o seu rosto.
*Título roubado a Clarice.
2 comentários:
Como é evidente, as mulheres não devem ter, em regra, entrada nas forças armadas.
Não tem nada a ver com emoções ou com capacidade física. Tem a ver com reprodução. As forças armadas existem para assegurar a paz. Mas, não sendo tal possível, para fazer a guerra. Ora, a guerra - caso se tenham esquecido - costuma ser altamente mortífera. Morre muita gente. No final, é preciso repor os níveis demográficos perdidos. E, como é evidente, para repor os níveis demográficos, são necessárias muito mais mulheres do que homens. As mulheres, com muito boa vontade, conseguem reproduzir-se duas vezes por ano (com gémeos). Os homens podem reproduzir-se muito mais vezes. Ou seja, no final da guerra são precisas mais mulheres do que homens. Ou, o que vai dar ao mesmo, perde-se menos morrendo homens na guerra do que morrendo mulheres. Estas devem evitar morrer nas forças armadas.
A linha de argumentação do Funes seria muito interessante, caso as guerras não implicassem baixas civis, ou seja, estivessem delimitadas a um determinado campo de acção que compreendesse apenas os membros das forças armadas de cada uma das partes. Mas tal não se verifica.
Aliás, caro Funes, tem-se verificado que a violação de mulheres civis é mesmo uma arma de guerra.
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