Eu não creio em ninguém nem em mim acredito a minha alma há muito perdeu a sua força por isso já não a tenho
Vendia-a barato a um cigano que por aqui passou bateu à porta dentes de ouro a luzir falas mansas desceram abaixo das carnes ao fundo do osso e arrancaram o último suspiro de fé
Não não acredito em nada ou coisa alguma tudo é vazio e vago para se perder na cascata dos sentidos não preciso de alma basta-me a ideia duma cama
Mas não acreditar que nada existe nem no meu nome que é representação e palavra de Deus na terra não significa que não sinta este delírio dum homem perdido a envenenar-se de poesia e prosa
(As mal-assadas e o licor tim-tam-tum foram os meus excessos durante estes dias, não estivesse eu na Madeira. Do Carnaval não consigo gostar. Deste poema: gosto muito.)
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