Hoje, uma tradição atravessou-se-me no vestido de dragão bordado e borboleta vermelha. É uma tradição feia, sonoramente insuportável, que tenta elevar pateticamente aos céus o que há muito é meramente profano. Levanta-se deus e com ele girandolas de canas que depois atravessam dragões, borboletas, cores que placidamente apenas tomam banhos de sol. Morreu-se-me um vestido, mártir de um deus profano, que responde apenas com ornatos de plástico a barrar o céu e com flores moribundas em tapete para que o homem que diz carregar deus nelas passe. E com o corpo do meu vestido inanimado nos braços, enquanto continuam a invadir-me as paredes com a torrente de orações altifaladas mesmo para quem não quer ouvir, repito, as tradições também se abatem.
domingo, 30 de agosto de 2009
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