domingo, 4 de janeiro de 2009

Ininterrupções

Morfeu é suspensão e metáfora.
Reencontramo-nos no intervalo de uma partida e de uma chegada, por entre dançarinos apressados no espaço de ninguém. O abraço da chegada - breve, saudoso - contrasta o abraço da partida - longo, apertado, mais uma vez e sempre precoce.
Trago na pele - e na carne - a saudade que já deixo de todos os Morfeus da minha vida, dos corpos que toquei e abracei por breves instantes nas últimas semanas, das cumplicidades reavivadas, alentadas pela presença física - que a presença fantasmática nunca deixou esmorecer. O acto de abraçar tornou-se-me um movimento perpétuo, acto de amor que testemunha as paixões da minha existência; foram tantos os abraços nestes últimos tempos que ainda me doem os ossos. E ainda bem.

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