Evocando o cuidado aconselhado por Funes, compreendo, de certa forma, a interdição que pretende quanto à leitura de Derrida pelas crianças portadoras de magalhãezinhos...
"Eis toda a questão, cada palavra conta. Sustém, toca, puxa, como uma trela, afecta e algumas vezes rasga a pele, magoa, penetra na superfície epidérmica, o que um véu nunca faz, que basta para velar a vista."
"Eis toda a questão, cada palavra conta. Sustém, toca, puxa, como uma trela, afecta e algumas vezes rasga a pele, magoa, penetra na superfície epidérmica, o que um véu nunca faz, que basta para velar a vista."
Hélène Cixous e Jacques Derrida, Véus... à Vela
A palavra como desvelamento pode ser brutal. A afecção pela palavra é radical; a relação discursiva que dita a impossibilidade absoluta: relação ética, lembra a separação originária em relação ao Outro, que é anterior, sempre primeiro.
Não há contemplações, com a palavra. Precede-nos e convida-nos à dádiva ao outro, mas é ferida que marca a separação originária. Não há a ilusão da apreensão - a cegueira do olho. A palavra é sempre separação e cada palavra conta(-nos). Toca, puxa como uma trela, mas nunca coincide completamente: é o estrangeiro em nós - o limite da identidade. A minha palavra não é minha... (adulteração de uma afirmação derridaniana: "Sim,eu não tenho senão uma língua, ora ela não é minha" (in O Monolinguísmo do Outro).
Não há contemplações, com a palavra. Precede-nos e convida-nos à dádiva ao outro, mas é ferida que marca a separação originária. Não há a ilusão da apreensão - a cegueira do olho. A palavra é sempre separação e cada palavra conta(-nos). Toca, puxa como uma trela, mas nunca coincide completamente: é o estrangeiro em nós - o limite da identidade. A minha palavra não é minha... (adulteração de uma afirmação derridaniana: "Sim,eu não tenho senão uma língua, ora ela não é minha" (in O Monolinguísmo do Outro).
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