O mote lançado com o post sobre as mulheres, violência e condição emocional levou-me não só a retirar o livro da estante, como despoletou uma releitura do mesmo. Uma semana depois duas considerações: tenho uma memória que passou há muito de prazo. Releio o livro quase como se fosse a primeira leitura, o que me irrita formidavelmente. Um hiato de sete anos não justifica tanta selecção de informação.
A segunda consideração, um bocadinho mais séria, mas menos preocupante. Em quase todos os relatos de mulheres que optaram pela luta armada (algumas com laivos narcisistas, como foi o caso da Leila Kahled, a primeira mulher a sequestrar um avião) as convicções eram perfeitamente inabaláveis, e ainda hoje entendem que as suas acções são justificadas pela época. À excepção de Sibylle Vorderbrugge - que evoca a paixão pelo líder do movimento neo-nazi alemão e lamenta profundamente as suas acções - os testemunhos são unânimes em apontar a causa como a motivação central da adesão e empenho na dita luta armada.
Muito curioso também é o facto de, no caso do grupo Baader-Meinhof (que depois deu origem às RAF) apesar do nome do elemento masculino constituir uma parte da nomenclatura pelo qual o grupo ficou conhecido (Andreas Baader), a maior parte das ofensivas foram planeadas e perpretadas pelos elementos femininos do bando. Mais assinalável ainda é o facto de Andreas funcionar apenas como um elemento fraco e irascível. Na verdade, os cérebros do bando eram Gudrun Ensslin (companheira de Andreas) e Ulrike Meinhof, jornalista que aderiu à causa depois de ter entrevistado Gudrun. Consta que o seu poder persuasivo era enorme.
1 comentário:
a tontice não escolhe sexos.
Enviar um comentário