Chega esbaforida e diz-me:
- Vou retirar o D. da tua aula de apoio, porque tu és demasiado boa pessoa e ele precisa de alguém com mais pulso! Ah, o outro motivo é porque tens mais alunos do que é permitido nessas aulas. Está bem?
Apanhou-me desprevenida e porque, talvez, sou demasiado boa pessoa, respondi-lhe:
- Ok. Mas lamento dizer-lhe que o D. nunca veio às minhas aulas! Não conheço o aluno.
Depois de cair em mim, pensei:
- Nunca tive problemas em ser boa pessoa;
- Sempre consegui controlar os meus alunos;
- Já fui tutora de currículos alternativos e nunca tive quaisquer problemas;
- É o segundo ano que sou Directora de Turma de alunos problemáticos e, até agora, tenho conseguido desempenhar da melhor forma (apesar de sentir-me ultimamente sem grandes forças).
Este género de pessoas desmoraliza-me, porque sempre achei reprovável e precipitada a atitude de alguém fazer julgamentos a nível do desempenho profissional tendo como referência o aspecto e a maneira de ser da outra pessoa. Opinar ou alvitrar é válido, mas agora julgar? É uma estupidez latente, latejante e rastejante.
Obviamente que o meu método de ensinar não deve agradar a todos, pois, por norma, um óptimo professor é aquele que se impõe através do aspecto físico ou da sua maneira autoritária de agir.
É importante saber obedecer e, acima de tudo, para mim, é importante que saibam pensar por que têm que o fazer. Quando não atingem esse requisito, pura e simplesmente, dou nota negativa.
Acredito que o ritmo de aprendizagem varia de pessoa para pessoa. Agora não consegue, mas amanhã conseguirá. É uma questão de tempo. Sou persistente no que respeita ao ensino.
Tenho um aluno que era péssimo no ano passado, quer a nível do comportamento, quer a nível do aproveitamento e, actualmente, sempre que tem testes positivos (positivas baixas, mas positivas!) vem ao meu encontro de peito inchado e diz-me:
- Ó Boss (sou novamente a sua professora/ directora), diga-me lá agora que eu não sou um génio?
Gosto de ser boa pessoa e se isso impede de ser também boa professora, prefiro abdicar da minha profissão, porque eu apenas consigo melhorar enquanto ser humano e aquilo que faço (profissão) é apenas um suplemento. Mudar? NUNCA!
A liberdade conquista-se e não se impõe. A liberdade ensina-se e não se incute. A liberdade compreende-se e não se decora. A liberdade quer-se ou não se quer.
E, por favor, não me venham com as estatísticas ou com os “pulsos fortes”, porque pior que isso só mesmo os pêssegos.
3 comentários:
Deixa chegar a época que logo apetece.
Passa à frente. Os cães ladram e a caravana passa.
Bem, este texto estava cheio de incorrecções. Esperei, esperei e esperei pela " Fruta " e nada! Tive que corrigir.
Enviar um comentário