E esperam.
Mas não será uma espera amena ou tranquila. O desejo por um sítio acolhedor e facilitador da conversa esboroa-se nos primeiros minutos, quando um azeiteiro vestido de t'shirt preta dois tamanhos abaixo do que a barriga pediria, inrrompe no microfone a berrar algo que se assemelha vagamente com algumas melodias mal amadas pelos intervenientes deste triste conto. O ar de engatatão da esquina provoca alguma náusea, principalmente quando se sabe que a criatura se faz acompanhar por um "desopilador" de engate que parece que é único na Região. Aliás, dizem as línguas (que não más), que a dita criatura faz questão de queimar uma data de óleo(??) à entrada e saída dos estabelecimentos, a fim de assinalar a movimentação de aspirante a marialva.
Há que convir que o suplício seria prolongado, não fosse a boa disposição dos frequentadores da fatídica treze. A espera, triplicada auditivamente pelos urros de tal criatura, constituíu, durante boa parte da via sacra (mas afinal, não é natal?), caso flagrante de risota e de comentários imaginativos e plenos de malícia.
Ora, a situação seria engraçada se o grupo de convivas não estivesse nisto há uma hora e o reportório de piadas sobre o infeliz galináceo não estivesse a perder fulgor. Perante nova reclamação pela demora, são finalmente informados que haviam sido confundidos, até aí, com elementos de decoração natalícia, já que o pedido efectuado há uma hora não havia dado entrada na cozinha; aparentemente, o chefe de sala, que havia efectuado o pedido inicial, não achou estranho que permanecessem apenas a pão e vinho. Perante as ameaças dos convivas, prometeu celeridade a partir daí.
Finalmente, pelas 23 horas, chega à fatídica mesa, que entretanto já tinha mudado de número (era agora o número onze por medida desesperada de um dos convivas), o bacalhau, o polvo e as salchichas ditas alemãs encomendados há 1h 30min antes.
Inicia-se a jantar, que já ninguém considera repasto.
(continua)
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
Um conto de Natal... ou de como (NÃO) jantamos na Cervejaria Alemã
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7 comentários:
"...o polvo e as salchichas ditas alemãs encomendados há 1h 30m antes."
Uma hora e 30 metros? O restaurante era/é assim para o comprido, não?....
Se queres dizer 30 minutos a abreviatura correcta é 30 min e como abreviatura anormal que é nao leva ponto no final.
E mais não digo...
Salsichas alemãs?
Fiquei com água na boca. Tenho saudades delas.
nefertiti, desculpabilizar o erro crasso ao escrever 30 m em vez de 30 min vai provando a qualidade do que se ensina....razão tem o funes...."povo estúpido...."
Bum, e estes bloggers que não têm qualquer cuidado com o que escrevem. Tss, tss! Isto aqui, que deveria ser um exemplo de correcção gramatical.
Má WOAB, má! E má nefertiti que a defende!
Tenho pena que os comentários de Nefertiti se tenham perdido. Acho que davam graça ao post.
Caríssimo literato:
Será feita a correcção, como deseja. Não precisou efectivamente dizer muito mais. Como bem sabe, sou algo lenta de compreensão.
Um feliz Natal para si.
30 min em vez de 30 m:
Em rigor, Funes. Com letra maiúscula.
A Funes o que é de Funes. Não lhe invoque o nome em vão, que certamente não apreciará o uso que lhe foi dado.
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