O amante adia o segundo olhar. O primeiro encegueira. Em rigor, não é um olhar. É êxtase, que vai para além do que o amado pode ser: representação fantasmática do desejo.
O amado (quase) nunca pede esse primeiro olhar. Sabe que merece apenas o segundo, apesar de o temer, de implorar pelo seu adiamento. Sempre tardio, é um olhar a nú e crú. Suicida.
Uma das mais belas áreas de Puccini, um Jeremy Irons soberbo e um final magnífico.
7 comentários:
Feel just the same about it. Simply soberb.
quando foste pássaro...
és muito linda :)
agarras o instante.
foi, enquanto voas, que aprendeste?
estou certa que sim.
o meu coração não aguenta!
um dos homens mais belos do mundo e a voz mais bela de todo sempre. A mistura divina! uma história divinal.
É isso mesmo nefertiti - um homem lindíssimo, excelente actor e senhor de uma voz maravilhosa (ponho-o no mesmo pedestal que o James Mason quanto à voz).
E é um epílogo extremamente comovente, de uma radicalidade romântica inultrapassável! Como eu amei este filme!
Sou um fã do Cronenberg, mas nunca apanhei este, senão já cá cantava!
Apanhar, apanhar também ainda não calhou. Resta-me a memória.
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