Desde as maravilhosas aulas de F.B., que me atenho na biografia de Kierkegaard. Toda a sua escrita matizada a partir da separação: em relação ao seu Pai e, posteriormente, em relação a Regina Olsen. Escolha de Kierkegaard, que rompeu o noivado e assim morreu lentamente, imerso no desejo e na melancolia da separação.
Reencontrei Kierkegaard e Regina Olsen aquando da leitura de Terapia, de David Lodge. O personagem principal, Laurence Passmore (Bolinha), decide perseguir os passos de Kierkegaard:
"Almoçámos na Nyhavn e depois fomos ao museu da Cidade, onde há uma sala dedicada a Kierkegaard.
O Bolinha estava excitadíssimo com a visita, mas acabou por ser uma espécie de anticlímax, pelo menos assim me pareceu. (...)Estava particularmente interessado num quadro que retratava a noiva de Kierkegaard, Regine. Segundo me contou, eles estiveram noivos durante um ano e depois ele rompeu o noivado (...).
(...).
Costumava escrever de pé a uma secretária alta, que era uma das peças de mobiliário que se encontrava na sala. (...). Havia outra peça de mobiliário na sala, no extremo oposto à secretária, uma espécie de aparador, com 1,50m de altura. O Bolinha descobriu na brochura do museu que Kierkegaard o mandara fazer de propósito para guardar as recordações de Regine. Segundo parece, ela tinha-lhe implorado que não rompesse o noivado, chegando a dizer-lhe (...) que não se importava de viver com ele para sempre, nem que tivesse de passar o resto da vida dentro de um armário. «É por isso que não tem prateleiras.» disse o Bolinha. «Para ela caber lá dentro.»"
Reencontrei Kierkegaard e Regina Olsen aquando da leitura de Terapia, de David Lodge. O personagem principal, Laurence Passmore (Bolinha), decide perseguir os passos de Kierkegaard:
"Almoçámos na Nyhavn e depois fomos ao museu da Cidade, onde há uma sala dedicada a Kierkegaard.
O Bolinha estava excitadíssimo com a visita, mas acabou por ser uma espécie de anticlímax, pelo menos assim me pareceu. (...)Estava particularmente interessado num quadro que retratava a noiva de Kierkegaard, Regine. Segundo me contou, eles estiveram noivos durante um ano e depois ele rompeu o noivado (...).
(...).
Costumava escrever de pé a uma secretária alta, que era uma das peças de mobiliário que se encontrava na sala. (...). Havia outra peça de mobiliário na sala, no extremo oposto à secretária, uma espécie de aparador, com 1,50m de altura. O Bolinha descobriu na brochura do museu que Kierkegaard o mandara fazer de propósito para guardar as recordações de Regine. Segundo parece, ela tinha-lhe implorado que não rompesse o noivado, chegando a dizer-lhe (...) que não se importava de viver com ele para sempre, nem que tivesse de passar o resto da vida dentro de um armário. «É por isso que não tem prateleiras.» disse o Bolinha. «Para ela caber lá dentro.»"
12 comentários:
Kierkgaard - o desespero humano. Certo?...
(dúvidas de um gajo de Ciências...)
Sim, um existencialista (religioso). ;)
Kierkegaard?
Valha-me Deus, a mim que sou agnóstico.
Quando é que a WOAB, cuja formação base penso que é em Filosofia, começa a ler Filósofos?
Kierkegaard! Vejam só!
Um dia destes ainda nos aparece a dizer que leu e gostou de Jaspers!
O mundo está perdido!
Caro Funes, aponte-mos que eu sou pequenina e não os conheço.
E já agora, prefiro que lhe valha a deusa, que é geralmente mais caridosa... ;)
Cá vai:
Parménides
Zenão de Elea
Sócrates
Platão (um bocado afrancesado, mas passa)
Aristóteles
Porfírio
Boetius
Santo Agostinho
São Boaventura
Abelardo
Duns Escoto
Occam
Roger Bacon
Descartes (um bocaito tonto, mas enfim)
David Hume
John Locke
Leibniz
Kant (porque tem que ser)
Jeremias Bentham
Augustus de Morgan
George Boole
Charles Sanders Peirce
Lewis Carroll
Frege
Russell
Whitehead
Wittgenstein
John Searle
Gödel
Karl Popper
Anna Arendt
Karl-Otto Apel
Gunther Teubner
Desidério Murcho
Devem-me faltar alguns. Mas seguramente não há nenhum que não deva constar da lista. Hesitei quanto a Voltaire. É um génio, mas não propriamente filosófico.
Bolas, agora fiquei cansada!
E não teve quaisquer dúvidas em relação ao Desidério?
Apesar de ser ainda mais pequenina vou meter a colher.
Retirava, pelo menos, 2: 1 escreveu uma Cartilha para Senhoras Distraídas perfeitamente dispensável e o outro não lhe conheço o pensamento filosófico, apesar de o ter lido. Vou reler e já volto. Ou então não...
Maravilhosas aulas, WOAB???
Por onde raio é que andaste, que eu não andei???
Bjs
MARAVILHOSAS!!!!!! Sim, maravilhosas! E sobre isto já (muito) discutimos. Amei as aulas de F.B. e é das professoras que recordo com carinho.
Rosa, minha querida: Tiravas o da cartilha e deixavas aquela resma de ingaleses enfadonhos?
Eu só leio português, alemão,francês, espanhol e italiano. Só por isso.
;)
Enviar um comentário