domingo, 8 de abril de 2007

A propósito de Amor

Desde as maravilhosas aulas de F.B., que me atenho na biografia de Kierkegaard. Toda a sua escrita matizada a partir da separação: em relação ao seu Pai e, posteriormente, em relação a Regina Olsen. Escolha de Kierkegaard, que rompeu o noivado e assim morreu lentamente, imerso no desejo e na melancolia da separação.
Reencontrei Kierkegaard e Regina Olsen aquando da leitura de Terapia, de David Lodge. O personagem principal, Laurence Passmore (Bolinha), decide perseguir os passos de Kierkegaard:

"Almoçámos na Nyhavn e depois fomos ao museu da Cidade, onde há uma sala dedicada a Kierkegaard.
O Bolinha estava excitadíssimo com a visita, mas acabou por ser uma espécie de anticlímax, pelo menos assim me pareceu. (...)Estava particularmente interessado num quadro que retratava a noiva de Kierkegaard, Regine. Segundo me contou, eles estiveram noivos durante um ano e depois ele rompeu o noivado (...).
(...).
Costumava escrever de pé a uma secretária alta, que era uma das peças de mobiliário que se encontrava na sala. (...). Havia outra peça de mobiliário na sala, no extremo oposto à secretária, uma espécie de aparador, com 1,50m de altura. O Bolinha descobriu na brochura do museu que Kierkegaard o mandara fazer de propósito para guardar as recordações de Regine. Segundo parece, ela tinha-lhe implorado que não rompesse o noivado, chegando a dizer-lhe (...) que não se importava de viver com ele para sempre, nem que tivesse de passar o resto da vida dentro de um armário. «É por isso que não tem prateleiras.» disse o Bolinha. «Para ela caber lá dentro.»"

12 comentários:

rps disse...

Kierkgaard - o desespero humano. Certo?...
(dúvidas de um gajo de Ciências...)

Woman Once a Bird disse...

Sim, um existencialista (religioso). ;)

António Conceição disse...

Kierkegaard?
Valha-me Deus, a mim que sou agnóstico.
Quando é que a WOAB, cuja formação base penso que é em Filosofia, começa a ler Filósofos?
Kierkegaard! Vejam só!
Um dia destes ainda nos aparece a dizer que leu e gostou de Jaspers!
O mundo está perdido!

Woman Once a Bird disse...

Caro Funes, aponte-mos que eu sou pequenina e não os conheço.
E já agora, prefiro que lhe valha a deusa, que é geralmente mais caridosa... ;)

António Conceição disse...

Cá vai:

Parménides
Zenão de Elea
Sócrates
Platão (um bocado afrancesado, mas passa)
Aristóteles
Porfírio
Boetius
Santo Agostinho
São Boaventura
Abelardo
Duns Escoto
Occam
Roger Bacon
Descartes (um bocaito tonto, mas enfim)
David Hume
John Locke
Leibniz
Kant (porque tem que ser)
Jeremias Bentham
Augustus de Morgan
George Boole
Charles Sanders Peirce
Lewis Carroll
Frege
Russell
Whitehead
Wittgenstein
John Searle
Gödel
Karl Popper
Anna Arendt
Karl-Otto Apel
Gunther Teubner
Desidério Murcho

Devem-me faltar alguns. Mas seguramente não há nenhum que não deva constar da lista. Hesitei quanto a Voltaire. É um génio, mas não propriamente filosófico.

Woman Once a Bird disse...

Bolas, agora fiquei cansada!

Woman Once a Bird disse...

E não teve quaisquer dúvidas em relação ao Desidério?

Anónimo disse...

Apesar de ser ainda mais pequenina vou meter a colher.

Retirava, pelo menos, 2: 1 escreveu uma Cartilha para Senhoras Distraídas perfeitamente dispensável e o outro não lhe conheço o pensamento filosófico, apesar de o ter lido. Vou reler e já volto. Ou então não...

Sancho Gomes disse...

Maravilhosas aulas, WOAB???
Por onde raio é que andaste, que eu não andei???
Bjs

Woman Once a Bird disse...

MARAVILHOSAS!!!!!! Sim, maravilhosas! E sobre isto já (muito) discutimos. Amei as aulas de F.B. e é das professoras que recordo com carinho.

Woman Once a Bird disse...

Rosa, minha querida: Tiravas o da cartilha e deixavas aquela resma de ingaleses enfadonhos?

Anónimo disse...

Eu só leio português, alemão,francês, espanhol e italiano. Só por isso.
;)