“ O prazer de fazer deve ser superior à necessidade de aprender” – é a máxima da Oficina da Criança.
Numa conversa de café, alguém que trabalha na Oficina da Criança (OC) deu-me a conhecer um projecto que passo a transcrever:
(…)
Matthew Lipman, um professor norte-americano, apercebeu-se de que os seus alunos universitários careciam de argumentação e discernimento, mas constatou que naquela idade era tarde para incutir-lhe tais capacidades e desenvolve um programa de Filosofia para crianças. Escreve livros cujos enredos suscitam questões por parte dos mais pequenos. Paula Gonçalves baseia-se neste método para ensinar Filosofia na Oficina da Criança. Explica que o objectivo “ é fazer com que a cabeça deles deixe de ser um depósito de ideias e sejam eles a questionar”. Por isso, as histórias que leva para as crianças, à semelhança de Lipman, “ não encerram ideologias ou moral”. Numa das sessões, as crianças deparavam-se com um problema: uma galinha tinha sido roubada e havia quatro suspeitos. A questão ia além de quem era o ladrão; tinha de se reflectir no acto em si, se havia boas ou más razões para o fazer. Paula Gonçalves menciona a dificuldade que tem em colocar os alunos a dialogarem, a parar para pensar antes de responder, sem influências da opinião do colega: “ tento sempre fazê-los ver que cada um tem a sua opinião e que temos de deixar de ter medo de dar a nossa. Até porque, conclui a professora, a Filosofia é irmos à procura de respostas e fazermos perguntas. Não sabemos tudo. E tento passar-lhes sempre essa ideia.”
As pequenas descobertas podem fazer a grande diferença!
7 comentários:
Seja bem aparecida, menina Nefertiti. E que bem aparecida. Como é óbvio, não posso deixar de gostar deste post. lamento, não termos ido ao Congresso-Universidade da Beira Interior. Ora vê aqui o que perdemos:http://apaef2005.weblog.com.pt/
E ainda se fala depreciativamente das conversas de café. Muita conversa de café é mais pertinente que muita aula ou púlpito. ;)
Sem dúvida que a conversa de café pode ser muito mais produtiva que uma boa aula. Será por isso que ultimamente passo muito tempo no café?
bjs adorei o post :)
Compreendo a necessidade de estimular os alunos para questionarem e para debaterem, mas acho que uma certa linha clássica não pode ser posta de parte na Escola. Por norma, por princípio, prefiro em tudo opções "radicalizadas". Num sentido positivo, tipo ou "é branco" ou "é preto". Até sou acusado de ser extremista e radical... No Ensino, contudo, na Escola, defendo que se faça uma síntese de um estilo e práticas clássicas com outras mais inovadoras.
Não sou Professor, não conheço o Universo escolar, seja em que nível for, não sou muito sensível ao assunto, mas é o que eu acho.
PS: folgo pelo regresso, Miss Nerfetiti.
Latin, no teu caso, outros valores se levantam. No café ou fora dele...
Estás na fase optimista. ;)
Sou professora.Sou curiosa, por natureza.Gosto de discutir ideias. Este espaço, não é meu, mas conheço o universo escolar e sou profundamente sensível ao assunto.Por tudo isto, gostaria de compreender melhor:
o que significa «linha clássica»?
o que são opções "radicalizadas"?
Para mim, radical, é "ir à raíz do problema": fundar.
Um estilo? Ou branco ou preto??
Este pensamento linear, deixa apreender um fenómeno educativo?
O projecto de Matthew Lipmann, como bem nos mostrou Nefertiti,não tem absolutamente nada a ver com essa lógica ou..ou... ou branco, ou preto..........e tem 20 anos de existência.
Quem não é sensível à Educação,não acha nada. A não ser que tenha perdido alguma coisa. Penso eu.
Eu acho que todos somos sensíveis à educação... e não podemos ser tão extremistas!! "Deus, pátria e família"... isso sim é radicalismo! Não gosto!
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